Amelogenese
A amelogênese imperfeita (AI) refere-se a condições de má formação de esmalte, geneticamente determinada, localizada ou generalizada, que pode afetar ambas as dentições (decídua e permanente) com alterações na quantidade ou qualidade do esmalte dentário na ausência de alterações de ordem geral ou sistêmicas (DORUK et al., 2011). É uma deficiência que causa problemas de ordem estética e funcional da arcada dentária, perda excessiva de tecido dental, sensibilidade dentária, comprometimento da oclusão e da dimensão vertical (MARKOVIC et al., 2010). O gene da AI pode ser transmitido de forma autossômica dominante, autossômica recessiva, recessiva ligada ao cromossoma X ou dominante ligada ao cromossoma X (REGEZI et al., 2008; WITKOP, 1989). Sabe-se que o desenvolvimento do esmalte acontece em três estágios: elaboração da matriz orgânica, mineralização da matriz e maturação do esmalte. Se durante qualquer uma destas fases houver algum tipo de perturbação implicará alterações na formação de um esmalte deficiente (NEVILLE et al., 2009). Considerando que a amelogênese imperfeita é uma anomalia de grande complexidade, que além de provocar alterações bucais, afeta a auto-estima do indivíduo, este trabalho tem por objetivo revisar a literatura abordando os principais pontos desta, bem como as alternativas de tratamento para pacientes portadores da mesma.
2 Revisão de Literatura
Segundo Witkop (1989) a amelogênese imperfeita compõe um grupo heterogêneo de desordens hereditárias da formação de esmalte que afeta tanto a dentição decídua quanto a permanente. É um distúrbio que envolve apenas a formação de esmalte, na ausência de alterações sistêmicas. Já para Hunter et al. (2007), a AI pode estar relacionada com alterações bioquímicas ou morfológicas em outras partes do corpo. De acordo com Gisler et al. (2010), esta anomalia ocorre na ausência de doenças