Ambev
As metas são muito ambiciosas. Mas seus funcionários adoram desafios
Resultado da fusão da Antarctica com a Brahma, sempre foi conhecida pelo estímulo à competitividade entre seus funcionários, pelas jornadas intermináveis de trabalho e pela cobrança obstinada de resultados. Alguns anos atrás, chegou até a ser processada por assédio moral, em razão dos constrangimentos que os funcionários tinham de passar, como levar uma chuva de tomates, por cometer erros corriqueiros. Mas, para supresa de muita gente, a AmBev conseguiu inscrever o seu nome na lista As 100 Melhores Empresas Para Trabalhar em 2007 graças ao grau de satisfação manifestado por seus funcionários. Como a AmBev, cuja cultura é considerada massacrante por muitos especialistas, consegue ser tão bem avaliada por seus empregados?
Segundo a AmBev, o que aconteceu nos últimos anos foi uma “evolução da gestão”, para adequá-la aos novos tempos, em que empresas como o Google, a ponto com mais valorizada do mundo, prosperam justamente por oferecer um ambiente de trabalho mais saudável a seus funcionários. Isso não significa que o nível de exigência tenha diminuído ou, como preferem dizer seus executivos, que deixou de ser desafiador. “Há uma grande confusão entre a nossa imagem de alta competitividade no mercado – o que, para nós, é um elogio – e a nossa política de gestão de pessoas”, diz José Roberto Daniello, gerente de desenvolvimento de gente. Ele declara-se contrário à busca de resultados a qualquer preço ou ao desenvolvimento de um ambiente de competição acirrada. “Nós estimulamos a cooperação e não a competição entre os funcionários.”
Há dois anos, a AmBev implementou um novo projeto, batizado de Ciclo de Gente, que representa uma espécie de divisor de águas na empresa. Trata-se de um sistema de desenvolvimento, treinamento e avaliação de carreiras. Ele prevê doses adequadas de elementos desafiadores e de oportunidades de crescimento aos funcionários, remunerados com base