Amazonia
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N O I N Í C I O E R A O N A D A . Os deuses esconderam as tintas nas árvores, nos animais
e na terra, e guardaram para si o encantamento da tapiragem nas aves. E esperaram... Ainda era tudo escuro, e ao mesmo tempo que foi criado o Sol e a Lua, Kúat e Iaê, os deuses da sabedoria mostraram a natureza como horizonte do homem, para que, convivendo com ela, o homem aprendesse a amá-la e a respeitá-la. A pele pintada era para dar vida à vida, cor às cores, para mostrar a alegria do existir e a razão do viver. Através da mutação das penas, um pouco da incomparável beleza da aves saiu do céu. O sonho dos homens de voar nunca se realizou materialmente, mas em espírito eles alçaram vôo junto aos deuses, e os deuses sorriam, acreditando no homem...
seres encantados como o mapinguari e o uirapuru, um pás-
sentido de irmandade presente na Marujada. Dentro do teatro os integrantes dançam os três ritmos característicos da festa: retumbão, mazurca e o xote. Um jovem aprendiz da arte de confeccionar rabecas conta sobre o processo de trabalho e tem seu produto aprovado por um experiente músico da Marujada, garantindo a continuação dessa tradição através da transmissão de saberes entre diferentes gerações. Junho é um mês especial na região. A Amazônia fica parecida com o Nordeste: fogueiras, fogos, quadrilhas, comidas típicas e muitas festas nas ruas. Neste período acontecem as festas juninas e o Boi-bumba, que em Parintins ganhou até bumbódromo – um estádio construído especialmente para esta festa que é uma das mais famosas da região. As festas religiosas são uma forte expressão do domínio do catolicismo na Amazônia. A devoção nordestina conquistou feriados e grandes festas, a mais popular e que atrai o maior número de pessoas é a do Círio de Nazaré. Almir Gabriel nos conta a lenda da imagem da Santa de Nossa
Senhora de Nazaré e da importância desta festa para as famílias paraenses. No dia da festa, as famílias se reúnem para