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Tensão no mundo da fé
Em 1517, o padre alemão Martinho Lutero divulga teses contra a venda de indulgência (perdão dos pecados) pela Igreja Católica. Para ele, a conquista da salvação pode ser alcançada sem a intervenção da Igreja, desde que as pessoas sigam uma vida regrada, dedicada à religiosidade, arrependam-se sinceramente das faltas cometidas e confiem na misericórdia divina.
As ideias de Lutero circulam pela Europa e conquistam muitos adeptos. Com isso, inicia-se um movimento que fica conhecido com Reforma protestante. Por contestar algumas práticas da Igreja católica, o padre é excomungado pelo papa Leão X.
João Calvino, seguidor das ideias de Lutero, introduz a tese de que a prosperidade alcançada por meio do trabalho não é pecado e abre caminho para que, pela primeira vez na história da religião, o lucro seja aceito como algo não pecaminoso. Essa tese aumenta o número de fiéis que trocam a Igreja Católica pelo Luteranismo. Em 1545, a Igreja Católica instala o Concílio de Trento para reagir à propagação da Reforma Protestante. Essa reação é conhecida como Contrarreforma.
Para deter a crescente influência do protestantismo, o Concílio de Trento toma as seguintes medidas:
1. Reativa o Tribunal do Santo Oficio;
2. Cria o Índice dos livros proibidos;
3. Funda a Companhia de Jesus.
Barroco: a harmonia da dissonância
O Barroco surge no contexto da Contrarreforma. Nesse período, duas visões de mundo se contrapõem: a antropocêntrica, vinda do Renascimento e a teocêntrica resgatada pela Igreja Católica. A convivência e o choque dessas duas visões geram uma tensão, da qual o Barroco é expressão eloquente.
A tensão entre as duas visões de mundo que se confrontam no período da Contrarreforma é explicitada pela literatura barroca sob a forma de uma consciência atormentada por grandes dúvidas existenciais.
Nas principais obras do Barroco, podemos observar a tentativa de promover a união de contrários, como paganismo e cristianismo,