Alunos Exportação
Morar em outro país e ter a chance de lá estudar não eram, até pouco tempo, algo imaginável para Ana Lívia Castelo Brando de Oliveira. “Nunca vi isso como uma possibilidade. Tive bolsa no Ensino Médio e freqüento uma universidade pública, meus pais sempre tiveram dificuldades para custear meus estudos”, afirma a aluna do curso de enfermagem da Universidade Federal do Piauí (Ufpi) que está na Espanha como parte do Ciência sem Fronteiras, ambicioso programa que vai custear 101 mil bolsas de estudo fora do País. Oportunidade semelhante apareceu para Barbara Villela, aluna de Farmácia da Universidade Estadual Paulista (UNESP) de Araquara. O primeiro contato com o intercâmbio veio cedo: aos 8 anos, ela se mudou com a família para os Estados Unidos, quando seu pai foi aceito num pós-doutorado. A experiência alimentou a vontade de passar um tempo estudando fora do País, mas arcar com os custos da empreitada era um impedimento. Motivada, a jovem conseguiu, no terceiro ano de curso, uma bolsa da Universidade de Cambridge para estágio de dois meses em um laboratório. “Voltando, vi que gostaria de ficar mais tempo em uma universidade fora do Brasil e estudar, não apenas trabalhar.” A chance de realizar o sonho veio finalmente pelo programa do governo federal e da bolsa para o Canadá.
Tido como uma bandeira pessoal da presidenta Dilma Rousseff, o Ciência sem Fronteiras prevê 101 mil bolsas de graduação, pós-graduação e pesquisa em áreas consideradas prioritárias (engenharias, ciências exatas, biomédicas e do complexo industrial da saúde) em um período de quatro anos. Em contrapartida, quer atrair para cá pesquisadores que queriam se fixar no Brasil ou estabelecer parcerias com locais. Além de custear as mensalidades, oferece também auxílio instalação e material didático, seguro saúde e um adicional para cidades de alto custo. As universidades de destino são escolhidas com base em rankings internacionais como o Time Higher Education e o QS World University