Aluno
Pretende-se com este trabalho apresentar algumas informações a respeito da língua portuguesa e da sociedade brasileira, utilizando-se do livro “Preconceito Linguístico: O que é, como se faz”, de Marcos Bagno, como parte da discussão do assunto, bem como a elucidação de dois mitos linguísticos presentes na obra.
Em sua obra, Bagno baseia-se no conceito de preconceito linguístico para criticar algumas afirmações a respeito das diferenças entre a língua falada e a escrita, as normas culta e inculta, e a gramática normativa. Na primeira parte, o autor apresenta oito afirmações pelo nome de mitos, enumerando e discorrendo sobre os erros contidos nestes mitos. Na segunda, ele aprofunda a noção de preconceito linguístico e apresenta o que chama de “círculo vicioso do preconceito linguístico”. A terceira parte é escrita com o propósito de desconstruir a ideia de certo e errado com relação à língua. E, por fim, no último capítulo ele ataca a linguística e os linguistas, afirmando que estes fazem do português uma “religião ortodoxa”.
Como dito anteriormente, para o presente trabalho fez-se a escolha de dois dos mitos propostos por Bagno para estudo, que são: o mito de número 4, “as pessoas sem instrução falam tudo errado”; e o de número 7, “é preciso saber gramática para falar e escrever bem”. A escolha destes se deu por serem muito polêmicos e terem uma ligação direta com o aspecto prático da língua, tanto na leitura quanto na escrita.
2. A SOCIOLINGUÍSTICA E O PRECONCEITO
A sociolinguística é a “área da linguística que estuda as relações entre a linguagem, a cultura e a sociedade”1, ou seja, ela tem a função de analisar também a língua como aspecto da linguagem, relacionando-a com o desenvolvimento sociocultural de uma região.
O filósofo Nicola Abbagnano cita a língua como sendo um “produto” da linguagem, ou seja, subordinada a ela, e definindo-a como um conjunto de signos subjetivos que possibilitam a comunicação2. Ou seja, se há signos