Aluno
1.1 Resumo
Neste trabalho buscaremos apresentar alguns pontos de intertextualidade em que Nuno Ramos dialoga com grandes autores no último poema do livro Junco e o estabelecimento de sua poética que, apesar de ser enraizada em poetas de grande referência expressa a singularidade de composição e raciocínio do autor.
“Escritor: não somente uma certa maneira especial de ver as coisas, senão também uma impossibilidade de as ver de qualquer outra maneira.” (ANDRADE, 1952)
O poema 43 é parte do livro Junco, um conjunto de poemas em que Nuno Ramos trabalhou por catorze anos. Para iniciarmos esta análise, cabe um breve comentário sobre o autor e sua obra anterior a Junco.
1.2 O Autor
Nuno Ramos nasceu em 1960, em São Paulo, onde vive e trabalha. Formado em filosofia pela Universidade de São Paulo, é pintor, desenhista, escultor, escritor, cineasta, cenógrafo e compositor. Começou a pintar em 1984, quando passou a fazer parte do grupo de artistas do ateliê Casa 7. Desde então tem exposto regularmente no Brasil e no exterior. (Nuno Ramos, 2014)
Como escritor, publicou Junco (2011), O mau vidraceiro (2010), Ó (2008), Ensaio geral (2007), O pão do corvo (2001) e Cujo (1993).
Demonstrando certa obsessão pela morte, tema recorrente em sua obra, o autor discorre sobre a potência de reformulação na morte e de reordenação da vida.
1.3 O Poema
Fechando o livro Junco, temos o poema 43, o qual pretendemos nos ater e ressaltar alguns aspectos que, a nosso ver, poderão explicar mais sobre a obra e seu autor.
“Antes mesmo de sua publicação em livro, Junco ganhou de alguns de seus leitores um epíteto — “a máquina do mundo cão” — que parece difícil de descolar desse conjunto de poemas em que Nuno Ramos vem trabalhando nos últimos catorze anos. Não é preciso adivinhar a referência à busca do sentido do mundo, à “total explicação da vida” que espantosamente se abre aos olhos de um caminhante