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Mais de 40 anos no crime, 60 de idade, a serem completados no inicio de março, na cadeia. Lijoel, o Jóia, parece um senhor pacato, boa praça, daqueles que a gente vê cuidando dos netos. Só parece.
“É lobo em pele de cordeiro, ninguém imagina que um senhor deste, que seria o vovô ideal de qualquer pessoa, seja um ladrão contumaz como ele é”, garante o delegado de Araras Tabajara Zuliani dos Santos.
Jóia começou a agir nos anos 1960. Especialidade: arrombar e furtar casas, com uma rapidez impressionante.
“De dois a cinco minutos”, conta o delegado de Araras Tabajara Zuliani dos Santos.
Jóia construiu uma imagem de bandido solitário e desarmado. Esperava os donos da casa saírem e arrombava a fechadura. Se fosse surpreendido, aproveitava sua aparência inofensiva e contava uma lorota.
“Ele estava praticando furto numa casa quando chegaram policiais militares e o surpreenderam naquela ação. Ele falou: ‘os vizinhos chamaram vocês de novo? O que vocês estão fazendo? É a casa do meu irmão. Estou recolhendo objetos para levar para eles. Vocês querem entrar, tomar um café, uma água, fiquem à vontade?”, conta Sydney Sully Urbach, delegado de Araras, São Paulo.
“Tem casa que ele estava roubando, a mulher achou estranho ele pegou a vassoura e começou a varrer. Ele saiu e falou: ´calor hein?´ Pegou o carro e foi embora”, conta o comandante da Guarda Metropolitana, Jaguariúna, Marco Antonio Marcos.
Com essa técnica, Jóia invadiu casas em 43 cidades do interior de São Paulo.
“Quando entrava, ele procurava limpar, especialmente eletrônicos, eletrodomésticos e jóias, daí o apelido”, diz Sydney Sully Urbach.
Ele já esteve preso. A última fuga foi em 1993, de uma cadeia de Piracicaba, hoje desativada. Irônico, o ladrão ainda deixou