Aluna
O BRASIL CRIOULO: A formação dos tipos culturais do Brasil se deu através de três forças aglutinadoras: a identidade étnica, a estrutura socioeconômica (mercantil) e da tecnologia produtiva (pela dependência de artigos importados). Sobre essas três pesava a força da cultura erudita da igreja. O passo inicial para essa formação só foi possível através do cunhadismo, que foi quando estabelecemos as comunidades-feitorias, através de alianças com tribos locais que serviam como bases de apoio para navios portugueses e integrando índios capturados. Esses núcleos foram o embrião de todas as áreas culturais que surgiram depois.
O Brasil crioulo nasceu nos engenhos nordestinos. Primeiramente vamos entender esse sistema. O funcionamento e a instalação de um engenho de açúcar demandava grandes investimentos, assemelhando-se a uma fábrica tanto pelos processos industriais que realizava quanto pela necessidade de gerência de mão-de-obra. Além disso, demandava uma especialização de funções. Foi a economia do açúcar que nos inseriu no mercado mundial. Nela, não havia espaço para o negro se estruturar como família e este, mesmo quando livre, continuava a depender do sistema. Isso gerava uma pressão conformadora tremenda, pois não havia espaço para uma reforma estrutural na sociedade, em contraste com as encomiendas, em que os camponeses se relacionavam com os donos das terras através de intermediários, e dos regimes pastoris, em que o peão tinha um certo brio, e dos granjeiros, que organizavam-se em famílias e produziam o seu sustento.
O sistema açucareiro era baseado no latifúndio, na monocultura, no trabalho escravo. Tudo isso requeria um planejamento do empreendimento, um domínio técnico dos processos envolvidos, de uma administração comercial e especialização de funções. Sua falha principal é que ele não permitia o ingresso da massa de trabalho numa economia de consumo.
Quando comparado ao sistema feudal, Darcy explica as diferenças. O sistema