Aluna
“The Black Cat” é uma das narrativas mais impressionantes, ou como consta no primeiro parágrafo do livro, "extravagantes" escritas por Edgar Allan Poe. Narrada em 1ª pessoa, o conto apresenta elementos que o situam com uma literatura fantástica, fazendo o leitor oscilar entre uma suposta loucura do narrador personagem, e o sobrenatural que se delineia a cada acontecimento para o qual o próprio narrador não encontra explicações naturais.
Foi publicado pela primeira vez em 19 de agosto de 1843 e trata - se de um estudo da psicologia de culpa e ilustra a capacidade do homem e de sua mente de observar sua própria deterioração e destruição “when I had slept off the fumes of the night's debauch -I experienced a sentiment half of horror, half of remorse, for the crime of which I had been guilty; but it was, at best, a feeble and equivocal feeling, and the soul remained untouched”.
Para entender esse conto é necessário estar atento às variedades de símbolos e imagens utilizadas pelo autor. A história é relatada por um narrador/ personagem, plenamente consciente de sua deterioração mental, e em alguns pontos da história ele reconhece a mudança que está ocorrendo dentro dele, e tenta fazer algo a respeito, sente vergonha, mas encontra-se incapaz de sair de sua loucura.É uma narrativa considerada fantástica pelo uso de símbolos baseados no folclore, com uma linguagem figurada que anuncia o sobrenatural, e sua amplidão permite uma exploração mais extensa dos temas da violência, ódio, e culpa o que pode ser observado no seguinte trecho: “... I took from my waistcoat-pocket a pen-knife, opened it, grasped the poor beast by the throat, and deliberately cut one of its eyes from the socket! I blush, I burn, I shudder, while I pen the damnable atrocity.”
Numa espécie de jogo lúdico com o leitor, o narrador faz afirmativas que negará logo em seguida, como a de que não tentará esclarecer nada “Yet I will not attempt to expound them. To me, they have