Alterações
Ao contrário do que ocorre em outros órgãos, o peso do coração aumenta com a idade. O coração humano aumenta em massa aproximadamente 1g/ano nos homens e 1,5g/ano nas mulheres 2, o que é corroborado por Miguel Jr, quando diz: “(...) O coração é o único órgão que com o envelhecimento não só se atrofia mas, pelo contrário, se hipertrofia. Esta hipertrofia decorre do aumento da pós-carga associada ao envelhecimento, decorrente primordialmente do enrijecimento arterial” 1. Além do aumento da massa do músculo cardíaco, também verifica-se aumento maior da espessura do septo interventricular que da parede do ventrículo esquerdo (VE) 1.
No miocárdio, observa-se acúmulo de gordura nos átrios e no septo interventricular, além de degeneração muscular com substituição de células miocárdicas por tecido fibroso, aumento do colágeno, hipertrofia do ventrículo esquerdo, depósitos intracelulares de lipofuscina e de substância amilóide (amiloidose senil) 3,5. O aumento da resistência vascular periférica pode ser responsável por moderada hipertrofia miocárdica concêntrica principalmente em VE 3.
No Pericárdio as modificações são mais discretas, decorrentes do desgaste progressivo, ocorrendo um espessamento difuso, mais acentuado nas cavidades esquerdas e aumento da taxa de gordura epicárdica 3.
No endocárdio ocorre um espessamento e opacidade, mais evidentes em câmaras esquerdas, com proliferação das fibras colágenas e elásticas, fragmentação e desorganização destas com perda da disposição uniforme habitual, devido ao resultado de hiperplasia irritativa resultante da longa turbulência sanguínea. A partir dos 60 anos, há infiltração lipídica, particularmente no átrio esquerdo. Aos 80 anos as alterações escleróticas são observadas de modo difuso em todas as câmaras 3,4,5.