Alquimia
Segundo a crença geral e comum a todos os tempos, a alquimia tinha por principal objetivo a transmutação de metais comuns em ouro. Isso em princípio, outro objetivo era a obtenção do Elixir da Longa Vida, um remédio que curaria todas as coisas e daria vida longa àqueles que o ingerissem. Ambos os objetivos poderiam ser notas ao obter a pedra filosofal, uma substância mística. O terceiro objetivo era criar vida humana artificial, os homunculus.
A pedra filosofal era procurada avidamente pelos alquimistas, estudiosos de textos secretos e misteriosos, que o faziam às ocultas durante parte da Idade Média, pelo menos enquanto o Santo Ofício enviou às fogueiras os que se dedicavam a esses estudos e práticas, tão perseguidos quanto à feitiçaria e muitas vezes confundidos com ela.
As fórmulas miraculosas, as retortas e os cadinhos assustavam o homem comum, que via neles os sinais inequívocos do contato do alquimista com o demônio. A meta de cada um
No seu sentido mais profundo, entretanto, a alquimia pretendia ser uma filosofia da natureza e uma técnica de ascese espiritual. Seus seguidores chamavam-se mutuamente de filósofos, e não alquimistas, e afirmavam sempre ser seu propósito último o de “devassar o mundo em sua contextura mais íntima”. Evidentemente cada alquimista levava para o seu trabalho as preocupações que lhe ocupavam o espírito. Um homem prático e ambicioso praticaria os exercícios alquímicos com a exclusiva preocupação de fabricar ouro, enriquecer, tornar-se famoso e dispor de forças extraordinárias (através da pedra filosofal). Já um intelectual, atormentado por dúvidas metafísicas, procuraria ali uma resposta para o sentido do mundo e da própria existência. Outros, ainda, imbuídos do que mais tarde veio a chamar-se “espírito científico”, desejavam pesquisar e contribuir para a grande sistematização dos conhecimentos humanos. Imaginar a física e a química a serviço da realização espiritual teria sido apenas uma ilusão da Idade Média se