Alma
Na história do pensamento filosófico existem conceitos importantes que se constroem no processo histórico e têm seu sentido refinado e reafirmado com o desenvolvimento do pensar, como o conceito de alma. A partir de Homero existiu uma concepção diferenciada de alma em relação ao corpo e, passando pelas religiões gregas até a filosofia iniciada por Tales de Mileto, esse tema foi fundamental para as primeiras teorias do pensar humano, como em Tales, Anaxímenes, Heráclito, Pitágoras e Empédocles. Contudo, um ponto áureo de desenvolvimento conceitual da alma foi trazido por Sócrates e desenvolvido sistematicamente no platonismo.
Platão nasceu na cidade grega de Atenas, no ano 427 a.C, filho de Aríston, um nobre grego, o que possibilitou que pudesse receber uma educação de alta qualidade para os padrões da época. Foi discípulo de Crátilo, Heráclito (que o iniciou na Filosofia) e depois Sócrates. Após a condenação e morte de Sócrates, em 399 a. C., Platão fez muitas viagens, conheceu pensadores e elaborou obras que tratam de vários âmbitos da vida do ser humano e se voltou ao estudo do homem, visto que este é a sua alma. Faleceu por volta de 347 a. C.
Sócrates delineou seu pensar em torno do hábito de reconhecer sua ignorância e, nesse ponto, de busca da possibilidade do conhecimento, Platão formula a tese central de sua teoria, de que o conhecer é, para a alma, uma reminiscência das Ideias já conhecidas antes de encarnar no corpo. Para tanto, o Ateniense usa de alguns mitos que visam explicitar que as almas conhecem fora do corpo, ao contemplar os modelos perfeitos, as Idéias. Segundo o modo de contemplação, existe a possibilidade de as almas encarnarem, de forma que se esquece o que foi contemplado no mundo ideal, o que torna o conhecimento humano uma busca interior pelo saber, uma tentativa da alma de lembrar o que já fora contemplado.
Além de aderir e aprimorar a teoria da metempsicose,