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Livros descrevendo situações de liderança me agradam pessoalmente (mal terminei este, e já tenho mais 2 para ler), em especial quando tratam com detalhes sobre uma experiência bem-sucedida. O exercício profissional é um desafio constante, e poder contar com a experiência dos que vieram antes de nós (e saber quais foram seus erros) é sempre vantajoso.
Neste sentido, o livro "Este barco também é seu" (D. Michael Abrashoff, Ed. Cultrix, 200 páginas) é um relato riquíssimo de uma experiência rara: a adoção, por iniciativa do oficial superior a bordo, de técnicas de gestão participativa em um navio de guerra da marinha norte-americana durante o conflito do Iraque.
A experiência durou 20 meses, e abaixo eu descrevo os resultados e comento os princípios cultivados pelo Capitão Mike no USS Benfold que o levaram a alcançar um nível de liderança raro em situações-limite, porque se baseou na inspiração, no exemplo e na comunicação, e não na escala hierárquica e no poder formal.
Ao assumir o comando do USS Benfold, Abrashoff encontrou uma embarcação com todos os recursos tecnológicos que poderia desejar, mas com baixa produtividade. O pessoal era disciplinado, mas sem iniciativa nem motivação para ir além de seguir ordens. Mas ao invés de seguir o caminho usual de organizações fortemente hierárquicas (como a Marinha), ele optou por fazer algo diferente: ouvir a tripulação diretamente, buscar suas sugestões sem filtros corporativos, e fazer o possível para implementá-las em busca da melhor eficiência.
Em poucos meses, o quadro