Alimentaçao no sec xviii
“Enormes espaços em branco enxameiam o conhecimento que podemos ter sobre a forma como se alimentaram os portugueses ao longo de séculos. E se para algumas épocas, os documentos narram como se banqueteavam soberanos e grandes deste mundo, raras vezes algum cronista se lembrou de anotar como era a mesa dos camponeses ou dos operários do ascendente burguês.”
“Da mão à boca Uma história da alimentação em Portugal” Ruby Amorim
Índice Índice | 2 | Introdução | 3 | Contextualização histórica | 4 | História da alimentação | 5 | Alimentos utilizados da época | 6 | Utensílios de etiqueta | 7 | Século da doçaria | 8 | Lisboa pombalina | 9 | Conclusão | 10 | Bibliografia | 11 | Curiosidades | 12 |
Introdução
Contextualização histórica
O ouro, vindo do Brasil, na primeira metade do século XVIII, permitiu ao rei D. João V, que então governava Portugal, tornar-se um rei muito rico e poderoso. À nobreza e ao clero foram distribuídas muitas riquezas, foram feitos muitos favores. O rei trouxe-os para a sua corte, ofereceu-lhes cargos, distribuiu-lhes pensões… e em troca exigiu-lhes obediência. Para que ficassem seduzidos pelo seu poder promoveu na sua corte festas magníficas. Durante os banquetes era habitual servir quarenta ou mais pratos e à sobremesa, os doces já feitos com açúcar, eram muito variados. O café, o chá e o chocolate, bebidas raras, bem como o vinho do Porto já muito apreciado no estrangeiro, davam uma nota de requinte a estes banquetes. Estes eram servidos em peças de ouro, prata e porcelana, por uma multidão de criados fardados. O povo dos campos continuava a viver e a trabalhar como há séculos. A produção de trigo, base da sua alimentação, era insuficiente. Contudo, havia agora menos fomes porque o milho mais ou graúdo, vindo da América, passou a ser cultivado em algumas zonas do país, permitindo sustentar mais gente. Também a batata que, de início só servia de alimento