Alguns acontecimentos de pessoas viciadas nas redes sociais
Emanuelle: os encontros semanais perderam a graça quando a atenção dos amigos migrou para as telinhas dos celulares
O vício em redes sociais é uma realidade e tem impactos impossíveis de ignorar, como mostra o exemplo acima. Um dos primeiros estudos a revelar a força dessa nova dependência de forma inconteste foi apresentado em fevereiro pela Universidade de Chicago. Depois de acompanhar a rotina de checagem de atualizações em redes sociais de 205 pessoas por sete dias, os pesquisadores concluíram, para espanto geral, que resistir às tentações do Facebook e do Twitter é mais difícil do que dizer não ao álcool e ao cigarro. Uma consulta aos números do programa de dependência de internet do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (IPq-HCUSP) dá contornos brasileiros ao argumento posto pelos americanos de Chicago.
Yara Catarina: Jackeline Roque, 21 anos, já deixou de viajar para não perder as atualizações do Facebook, que ela acompanha de um smartphone
Hoje, 25% dos pacientes que buscam ajuda no programa do IPq o fazem atrás de tratamento para o vício em redes sociais. “E esse percentual deve aumentar”, afirma Dora Góes, psicóloga do programa. “Até o fim do ano queremos ter um módulo específico para tratar essa vertente da dependência de internet.” Não será fácil estabelecer um protocolo de tratamento. O vício em redes sociais é forte como o da dependência química. Embora não pretenda buscar tratamento e não se veja como doente, a estudante de MODA paulistana Jackeline Roque, 21 anos, tem certeza de que é uma viciada. Usuária assídua do Facebook, a maior rede social do mundo, ela admite já ter evitado viagens quando sabia que não teria acesso a ela no destino. “E quando vou para a casa da minha avó, que não tem computador ou cobertura de internet móvel, fico bastante aflita”, diz. Aflição esta que pode muito bem ser o primeiro sinal de uma crise de abstinência.