Algumas reflexoes sobre a prostituicao no presente e no futuro - Georg Simmel
Nesse texto de Simmel, a prostituição nos é apresentada enquanto conseqüência inevitável de um estado de coisas que são impostas a sociedade por parte do que o autor chama de “boa sociedade”. Logo de inicio Simmel faz questão de diferenciar a maneira pela qual é tratada a prostituição de luxo, que o autor chama de prostituição superior, da prostituição de calçada, ao fazer isso ele nos mostra que na “boa sociedade” existe uma lógica de ver no infeliz, no pobre o seu inimigo, pois este que é considerado inadequado a essa sociedade terá um desprezo pela sociedade que o impõe determinada posição, enquanto ao mesmo tempo é detestado por essa sociedade, que por sua vez o vê como uma ameaça, e com razão, segundo Simmel.
A prostituição é apontada pelo autor como sendo produto das condições sociais da sociedade em que ela encontra-se, segundo ele as culturas em estágios ditos inferiores não percebem nada de chocante no fato das mulheres de seu meio social entregar-se em troca de dinheiro, mas pelo contrário essa era uma prática bastante comum e que não desencadeava nenhuma forma de discriminação decorrente do ato de prostituir-se. O autor justifica isso pelo fato dessas sociedades não possuírem uma economia monetária de maneira permanente, pois segundo ele, a partir do momento em que o dinheiro passa se tornar o que Marx chama de equivalente geral, há um processo de desvalorização de tudo aquilo que é passível de ser trocado por dinheiro, e pelo fato do dinheiro ser a coisa mais impessoal que existe, é bastante mal visto que algo tão pessoal quanto à entrega de uma mulher seja trocada por dinheiro. Logo, onde o dinheiro não se estabeleceu como o equivalente geral, a troca de algo tão pessoal não é mal vista pela sociedade.
Na “boa sociedade” onde o dinheiro já se estabeleceu como coeficiente geral o bem próprio da pessoa humana só deveria ser cedido no casamento, o que mais uma vez