Algumacoisa
INSTRUÇÃO: Leia atentamente os seguintes fragmentos de textos.
1. Fragmento de conferência de Olavo Bilac (1865-1918) sobre a obra do poeta Bocage (1765-1805):
É tão fácil ser popular! terríveis assassinos, exímios ladrões, grandes devassos alcançam facilmente uma celebridade mais vasta do que a que logram os mais altos benfeitores da humanidade e os mais claros servidores da arte. Nem é preciso para ganhar notoriedade ser um chapado criminoso, nem um rematado louco; para subir ao galarim, não é necessário ser Nero, nem Eróstrato; a escalada para o fastígio não requer sublimidades de crueldade nem de megalomania: nem a carnificina de cem mil cristãos, nem o incêndio do templo de Diana. Para guindar um homem ao Capitólio, bastam tolices vulgares, extravagâncias jocosas ou escandalosas, e pequeninas infâmias (...).
(OLAVO BILAC. Últimas conferências e discursos. Rio de Janeiro: Livraria Francisco Alves, 1927, p. 84.)
2. Fragmento de entrevista do ator Pedro Cardoso (1962-) à revista IstoéGENTE:
IstoéGENTE — Encontrou sucesso no teatro e ficou famoso na tevê. É bom ser famoso?
Pedro Cardoso — Gosto do sucesso, não gosto da fama. Quando minha imagem está vinculada ao meu trabalho, não há problema. Do contrário, é incômodo para a individualidade. Tenho horror a área vip. Você já me viu em algum lugar? Não, né? Eu não vou. Compro ingresso, entro na fila, vou onde todos vão. É ridículo ir a lugares vip. Num país como o Brasil, é falta de educação.
(www.terra.com.br/istoegente/290/entrevista/index.htm. Acesso: 11.09.2007.)
3. Fragmento de crônica de Carlos Drummond de Andrade (1902-1987):
Fama
Ninguém se espante com o diálogo que mantive com um bebê de 15 dias de existência. Hoje, a comunicação não conhece fronteiras espaciais ou etárias. O bebê não fala o português de Portugal nem o português brasileiro, ensinado pelo saudoso professor Stanislaw Ponte Preta. Mas fala a seu modo, desde que se saiba interrogá-lo, e eu, não é por me gabar,