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O caráter do ínterim 1871-1914 é relativamente pacífico, ao que se chamou belle époque (bela época). Mas a guerra, então, se situava na iminência e a classe proletária, como resultado dos Congressos da II Internacional de Stuttgart (Alemanha) em 1907, Copenhague (Dinamarca) em 1910 e, sobretudo, de Basiléia (Suíça) em 1912, não deixou de ser alertada.
Ora, com o fim da Guerra Franco-Prussiana, em 1870, a Alsácia e a Lorena foram anexadas pela Alemanha, não sendo, todavia, aceita tal anexação pelo lado francês. O militarismo, denunciado nas resoluções dos referidos congressos da II Internacional e que na altura da guerra expressou as suas “conquistas” na utilização pela primeira vez de aviões, tanques, submarinos, gases tóxicos, etc., oferecia também o índice da iminência da guerra. E, ademais, a política de alianças inspirava um efeito-dominó – por um lado, a Alemanha, receosa de uma revanche francesa, impulsionada por Bismarck (1815-1898), selou uma aliança defensiva com o Império Austro-Húngaro em 1879; em 1882, com a entrada da Itália, surgiu a Tríplice Aliança; por outro lado, a Inglaterra, a Rússia e a França formaram em 1907 a Triple Entente. Entretanto, esta disposição, que abarca outros eventos mais, se assentava invariavelmente na nova fase capitalista, a saber, a do imperialismo.
A Bósnia, antes da Guerra, se encontrava anexada à Áustria. Com efeito, havia o sentimento de cindir esta anexação em proveito da identidade eslava. Uma organização que lutava para este fim chamava-se Mão Negra. A ela pertencia Gavrilo Princip (1894-1918), o jovem executor do herdeiro ao trono austro-húngaro Francisco Ferdinando (1863-1914) e sua esposa Sofia (1868-1914) em Sarajevo, Bósnia, no dia 28 de junho de 1914.
A morte do arquiduque Ferdinando foi o pretexto para que a Áustria-Hungria declarasse guerra à Sérvia, acusada de participação na trama. Ora, os laços entre este país e a Bósnia existiam fortemente.