Alfabetização e suas metodologias
Atualmente, muito se tem criticado a perspectiva construtivista adotada no processo de ensino da linguagem escrita. No entanto, é preciso lembrar que foram as pesquisas publicadas por Emilia Ferreiro1, no início da década de 1980, que apontaram novos caminhos para o entendimento de que a criança tem idéias próprias acerca da escrita. Os modos de representação identificados por Piaget - pré-silábicos, silábicos e silábico-alfabéticos -, deveriam auxiliar o professor-alfabetizador diante do processo de ensino/aprendizagem, sem pretender apenas substituir o método tradicional como uma alternativa metodológica. A compreensão de como a criança elabora o pensamento poderia assim, sinalizar as hipóteses que ela é capaz de fazer diante de sua experiência com a linguagem escrita. Da mesma forma, pudemos acompanhar durante a década de 1990 o surgimento da perspectiva sociointeracionista como substituta da prática construtivista, que por sua abordagem inadequada, muitas vezes produziu lacunas no processo de aquisição do código de escrita. A ênfase dada por Vygotsky ao caráter social do processo educativo teve sua relevância para uma nova percepção acerca do modo como a criança pensa e constrói seu repertório de mundo, considerando que a elaboração do pensamento se dá por meio das interações que a criança realiza com o adulto ou com outras crianças mais experientes. A investigação acerca dos encaminhamentos metodológicos utilizados pelo professor indica o percurso de sua prática alfabetizadora, sobre a qual é possível analisar e sistematizar as estratégias de ação planejadas e a influência de suas mediações nos processos de aprendizagens.
Nesse sentido, esta pesquisa se propõe a investigar no âmbito da instituição pública de educação infantil, as práticas pedagógicas realizadas por seus educadores para a efetivação do processo de alfabetização-letramento das crianças de 4 a 6 anos, estabelecendo como problemática a