Alfabetização de adolescentes
A existência de 13,9 milhões de jovens e adultos analfabetos constitui-se como um dos maiores desafios educacionais do País hoje. Além de atrair de volta para os bancos escolares esse contingente, o Brasil precisa ainda garantir o letramento daqueles que já se encontram na escola. Competências básicas para o pleno desenvolvimento escolar, a falta de domínio das habilidades de leitura e escrita impede que meninos e meninas avancem nos estudos.
Embora o País esteja próximo de alcançar a universalização do acesso ao Ensino Fundamental, isso não significa que as crianças estejam efetivamente aprendendo. De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) 2009, a taxa de analfabetismo entre a população de 10 a 14 anos de idade naquele ano era de 2,5%. Pode parecer pouco, mas em números absolutos representa um contingente de 428 mil pessoas, o que equivale à população de Florianópolis (SC).
O índice de distorção idade-série é um reflexo direto disso. Segundo dados do Censo Escolar 2010, o indicador vem apresentando altas sucessivas desde 2008. Atinge picos no 6º ano, afetando um terço dos alunos. Não é por acaso que o problema se agrava nessa série. É justamente quando se inicia o ciclo 2 do Ensino Fundamental, quando os conteúdos curriculares adquirem maior complexidade inviabilizando qualquer avanço por parte dos alunos que apresentam problemas de alfabetização, seja aqueles que não dominaram a alfabetização inicial (capacidade de estabelecer relações entre sons e fonemas), seja aqueles que não a consolidaram (isto é, ganharam fluência na leitura e escrita e ampliaram vocabulário).
“No ciclo 2, a escrita e a leitura deixam de ser apenas objeto de ensino para se tornar instrumento de aprendizado. Boa parte dos problemas que vão ocorrer no segundo segmento do Ensino Fundamental são decorrentes dessas dificuldades que eles trazem dos anos iniciais”, afirma o especialista em