Alexis de Tocqueville

A igualdade de condições é a pedra angular da análise comparativa de
Tocqueville sobre os Estados Unidos e a França, sobretudo quando no Antigo Regime.
Segundo ele, nos Estados Unidos há uma realidade igualitária que produz uma opinião pública forte, respeito às leis e novos costumes e hábitos, tanto dos governados como dos governantes. De forma diferente, a França do Antigo Regime era marcada pela desigualdade, resultado do reduzido número de famílias detentoras de propriedade e que governavam o restante da sociedade civil pela força e pela tradição.
A marcha da sociedade se daria à medida que a sociedade se tornasse mais civilizada.
Desse modo, as inter-relações se tornariam mais complexas e numerosas, daí surgindo leis civis e, consequentemente, os legisladores. O retrato da sociedade era a ruína das grandes empreitadas dos reis, as guerras inúteis entre os nobres e o enriquecimento dos plebeus com o avanço do comércio. A consequencia dessa nova realidade seria o desejo do cidadão se ilustrar, isso é, redescobrir a literatura, as artes e a ciência, pois os homens cultos tomariam o lugar da antiga hereditariedade na gestão do Estado.
Os reis e nobres foram os responsáveis indiretos pelo aumento do poder político do povo e da consequente igualdade de condições. Os primeiros quando ambiciosos, achavam que elevar o povo ao nível dos nobres seria uma maneira de elevar o próprio poder, quando muito fracos permitiam ao povo um poder maior que o seu próprio; os nobres no desejo de diminuir a autoridade dos reis e/ou de seus semelhantes permitiam o alcance do povo ao poder político, de forma que o autor conclui que ambos – os reis e os nobres – auxiliaram na ascensão política do povo ou por seus vícios ou por suas virtudes. A racionalidade e as paixões estariam a favor do que o autor chamou de “nivelamento universal”. Nessa nova sociedade em formação, a inteligência teria o poder de fornecer força e riqueza e ainda que cada individuo tenha