Alex tocqueville
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|Comício à sombra das árvores |
|(tela de G.C. Bingham, 1854) |
Mal desembarcando no cais de Nova York em 10 maio de 1831, Aléxis de Tocqueville teve que refazer o referencial teórico em que se formara. O que ele e seu colega, o jurista Gustave de Beaumont, viram nos Estados Unidos não constava em nenhuma obra conhecida. Não se tratava da democracia grega, que ele estudara nos clássicos quando aluno do College Royal, em Metz, ou no Liceu de Direito, em Paris, na qual somente uma minoria era cidadã ativa. Naquela nova terra que ele se dispôs a desbravar, um inédito tipo de regime estava em formação, algo até então inexistente nos anais da humanidade.
Chegando na época da presidência do populista Andrew Jackson, por lá parecia que o povo era mesmo o dono das coisas. Todos se julgavam iguais e, por conseguinte, o governo era de todos. Era uma sociedade oposta a européia. Os americanos desconheciam títulos de nobreza, direitos corporativos, guildas, ordens ou privilégios hereditários. Os proprietários tinham seus bens conquistados pelo trabalho e não em razão de um antepassado nobre tê-los legado em testamento. Na América, além da presença do estado ser