alemao
O autor critica o ensino jurídico no Brasil. Trazendo fortes e irrefutáveis argumentações acerca do distanciamento entre o magistério e a realidade social brasileira. Atuando sob forte influência do filósofo alemão Hans-Georg Gadamer, o autor afirma que ao transformar o
Direito em objeto o mesmo desconecta-se da realidade. Versa ainda sobre a perda da fé do operador do Direito no processo de construção do discurso jurídico, denominando tal fenômeno de “Síndrome de Abdula”.
Versa também a respeito da auto-aplicabilidade das denominadas “normas programáticas” e da possibilidade de utilização do Judiciário para o desenvolvimento de políticas públicas.
Tal possibilidade deve-se segundo o autor ao fato do deslocamento do centro de decisões dos
Poderes Executivo e Legislativo para o Judiciário.
Na Presente momento em que se encontra o Direito no Brasil mostra-se impossível a negativa que circunda o ensino jurídico onde o mesmo apresenta-se alienado.
Um exemplo disso são os Trinta milhões de brasileiros que sobrevivem com profundas carências, enquanto constitui objetivo fundamental da República Federativa do Brasil erradicar a pobreza e a miséria (CF, art. 3º, III).
Outro aspecto relevante é a existência do apartheid social como bem coloca a titulo de exemplo os elevadores sociais versus elevadores de serviço sendo tal diferença freqüentemente reforçada pelos meios de comunicação e por faculdades de Direito, que legitimam a preconceituosa tese do “cada-um-tem-o-seu-lugar”.
É comum a realidade social ser completamente ignorada em salas de aula, como se observa na seguinte anedota de Lenio: [...] No auge de uma abstração filosófica, o filósofo [Hegel] foi interrompido por um de seus alunos, que lhe perguntou: