Alegoria de platão
A Alegoria pretende alertar para a condição humana de escravidão e de ignorância, essa escravidão consiste essencialmente na fixação a certas ideias do senso-comum que resiste a ser posto à prova e a mudar, dando-nos uma falsa ilusão de que sabemos ou do que não sabemos porque nós só sabemos ver, ou ouvir, sem perguntar o porquê. A resistência ao saber é ilustrada pela morte do homem que se liberta, como se essa libertação fosse uma ameaça para o homem comum.
A educação é o único meio que poderá tirar o homem da escravidão, na Alegoria ela é representada pela aprendizagem sucessiva do homem que confrontado com a luz do exterior fica cego e nada consegue ver. Precisa adaptar-se gradualmente e com esforço à luz, significando o carácter difícil e incómodo da aprendizagem. No entanto o resultado dessa educação é sem dúvida a perceção de um mundo de contornos mais nítidos, um mundo de uma riqueza e de contrastes que não é comparável ao mundo da escuridão, mas é só pela educação da vista (aqui a vista significa a capacidade de entender) que o homem pode compreender a sua verdadeira condição no passado, pois é por ter agora outras possibilidades de pensar que ele pode fazer a comparação.
Por último o conhecimento, o conhecimento deve ser transmitido senão não tem sentido, mas os homens devem querê-lo, senão não o podem atingir. É pelo poder do conhecimento e do ensino que se poderá retirar os homens da escuridão do seu falso conhecimento. Só o filósofo pode guiar porque o que é ignorante nada se pode ensinar, não se pode guiar, tem uma atitude passiva, visto que não há nele o apelo a outros mundos, a outras possibilidades mais