A alegoria da caverna de Platão
Disciplina: Introdução à Filosofia
Professor Elton Ribeiro
Aluno Arthur Carvalho Moraes
PARA UMA INTERPRETAÇÃO SISTEMÁTICA DO CONCEITO DE FILOSOFIA – COMO CONDIÇÃO ANTERIOR À POLÍTICA – PRESENTE NA ALEGORIA DA CAVERNA DE PLATÃO
A República é a obra platônica por excelência voltada à política, isto é, consiste em um corpo sistemático de pensamento e reflexões com o intuito de participar (ser pré-condição) da vida da pólis. Sendo assim, para uma explicação mais ajustada da concepção de filosofia presente na alegoria da caverna (livro VII da República), é mister uma interpretação sistemática desse capítulo, coadunando-o com o intuito principal do autor presente nessa e em outras obras suas. Nesses termos, a filosofia da “alegoria da caverna” será um caminho, um processo de ascensão que deve percorrer o investigador, com vista à contemplação do bem, único e inconfundível, para que assim, tendo-o vislumbrado, possa voltar-se à cidade e cumprir o propósito ou a função a que o indivíduo se destina (diké).
No início da história, Sócrates relata que os homens estão presos, desde a infância, em uma caverna subterrânea por correntes. Tudo o que veem são sombras de objetos que passam por detrás deles, iluminados por uma fogueira ao alto. Esses homens imaginam, por decerto, que as sombras são toda a realidade. Destarte de ser um mito, essa situação descrita aplica-se aos homens em geral. “Eles são semelhantes a nós!”, enuncia Sócrates a Glauco. Essa é a caracterização do estágio inicial de quem quer percorrer o caminho filosófico, ou de quem ignora essa realidade e pensa que já possui a sabedoria.
Disso de insere que a realidade tal como nos é apresentada não oferece uma significação pronta, acabado. O real não é tudo o que os nossos sentidos captam. Trata-se apenas do mundo sensitivo, como diria a teoria das ideias de Platão, diferente do mundo das ideias, alcançado pelo intelecto. O valor do real, portanto, não se mostra como um