Alegoria da caverna de platão
1) O prisioneiro que conseguiu sair da caverna e por isso pode ver a verdadeira realidade, faz alusão ao processo de conhecimento humano. No início todos somos relutantes a adquirir novos conhecimentos, principalmente os que se chocam com a nossa antiga realidade e queremos de todo modo voltar nossos olhos para as “sombras”, pois eles não estão acostumados com a nova claridade, e por isso é tão difícil vencê-la e alguns preferem tomar o caminho mais fácil, voltando para as sombras da ignorância.
2) Platão obriga os filósofos a voltarem para a caverna para que possam levar a boa-nova do conhecimento àqueles que ainda lá permaneceram. Deixando os filósofos fora do convívio, os ainda prisioneiros estariam fadados a se manterem enclausurados nas sombras da ignorância pelo resto da vida. Por isso, acho justa a atitude de Platão de obrigar os ‘formados’ a voltarem para caverna para levarem o conhecimento àqueles que ainda são prisioneiros. Entretanto, se os ignorantes vão aceitar e acreditar nos formados...bem, é uma outra questão. E cabe a cada um deles decidir por si só.
3) Sim, existe um perigo e ele consiste justamente na tentação que tamanho conhecimento pode trazer ao que volta para a caverna. O chamado ‘rei-filosófico’ pode se sentir tentado a impor suas vontades e o que ele acredita ser certo para os prisioneiros ignorantes ( no caso, enxergo como a grande parte da população) apenas porque detém de um pouco mais de conhecimento sobre a realidade. Podemos comparar esse rei-filosófico com um candidato qualquer que sobe ao palanque para fazer suas promessas e os prisioneiros como os eleitores que acreditam cegamente nessas mesmas promessas. Segundo minha própria compreensão, a vantagem do modelo político que Platão propõe é a melhora de vida da população, em que um líder, por assim dizer, que detém de uma melhor visão de mundo poderá lutar para tornar as condições de vida