alcoolismo
“auxilia” no enfrentamento de situações perigosas e de tensões, insensibilizando contra o que faz sofrer. O presente estudo procurou rastrear a literatura existente que aborda a relação entre trabalho e alcoolismo. A principal base teórica sob a qual nos apoiamos é a Psicodinâmica do
Trabalho, cujo autor mais conhecido é Christophe Dejours. Por meio dela, buscamos acessar a relação psíquica com o trabalho, através da investigação das fontes de sofrimento e prazer, das defesas acionadas para enfrentar os constrangimentos do trabalho. Os resultados mostram que algumas situações específicas do trabalho favorecem o aumento do uso do álcool, a saber: disponibilidade do álcool; pressão social para beber; altos ou baixos rendimentos; tensão, estresse e perigo; volume de trabalho insuficiente ou excessivo; invisibilidade do trabalho; pressão quanto a horários e metas; condições climáticas adversas; isolamento social; trabalho noturno. Verificouse ainda que, no Brasil, o alcoolismo é o terceiro motivo para faltas e a causa mais freqüente de acidentes no trabalho. Outros efeitos apontados são: concessões de auxíliodoença, atrasos, queda de produtividade, conflitos interpessoais. Esses dados constituem um impulso importante para que as organizações aprofundem esta problemática, verificando em que medida fatores organizacionais podem estar criando um ambiente favorável ao alcoolismo. Colocase como urgente a necessidade de programas voltados à saúde do trabalhador. Na UFPB, a resposta a esse apelo veio em 1993, com a criação do Programa de
Atendimento Integral ao Alcoolista e outros Dependentes Químicos, originado numa demanda da Superintendência de Recursos Humanos,