albras-alunorte

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A Albrás e a Alunorte, das maiores indústrias de alumínio e alumina do mundo, são nipo-norueguesas desde o mês passado, quando foram transferidas pela Vale para a Norsk Hydro. O negócio foi de quase US$ 5 bilhões, mas ninguém parece ter-lhe dado importância. Importância que é fundamental.
A Albrás é a 8ª maior fábrica de alumínio do mundo, e a Alunorte, a maior planta internacional de alumina. Representaram no ano passado um faturamento bruto conjunto de 4,2 bilhões de reais e um lucro de R$ 385 milhões. Seus ativos somam R$ 9,4 bilhões, o patrimônio líquido é de R$ 6,5 bilhões e o capital social alcança R$ 4,1 bilhões. São as duas maiores empresas do Pará. No dia 2 de maio elas foram completamente desnacionalizadas: passaram a ser de propriedade norueguesa e japonesa. A Vale anunciou que, por quase cinco bilhões de dólares, transferiu suas ações nas duas empresas para a Norsk Hydro, que já era sua sócia na Alunorte. O negócio incluiu o controle da jazida de bauxita de Paragominas, das maiores do mundo, a ser consumado no futuro, e o projeto de uma nova planta de alumina, da CAP, em Barcarena, do tamanho da Alunorte, ou maior.

O negócio pegou de surpresa a opinião pública e o próprio mercado. Embora as negociações tenham durado seis meses, segundo o comunicado da Vale, nada — ou quase nada — vazou dos ambientes de conversação. Foi uma façanha. Tão surpreendente foi o pouco interesse que a revelação causou. Depois de uma cobertura burocrática da imprensa nos primeiros dias, o assunto saiu completamente da pauta — nacional e paraense.

Tempos atrás um processo de desnacionalização tão súbito e profundo quanto este provocaria acesa polêmica. O silêncio atual se explica pela globalização da economia, que atravessou e eliminou as barreiras nacionais? Em parte, talvez. Mas só em pequena parte. Uma razão maior pode estar na convicção de que a Albrás nunca esteve realmente sob o controle da empresa nacional, embora a antiga Companhia Vale do Rio Doce detivesse a

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