Alberto Caeiro
Breve Biografia:
Com base nas informações deixadas pelo próprio “pai” de Alberto Caeiro (Fernando Pessoa), sabemos que era um homem de estatura média, louro e de olhos azuis. Nasceu e morreu em Lisboa (com apenas 26 anos e tuberculoso) mas viveu quase toda a vida numa quinta no Ribatejo com uma tia-avó. Órfão de pai e mãe, não tinha uma profissão ou grande educação (apenas a 4ªclasse) mas conseguia viver de pequenos rendimentos. A simplicidade e a ligação com a Natureza eram constantes na sua vida e são muito evidentes na sua obra.
Características gerais da sua obra: Alberto Caeiro surge como o ‘Mestre’ entre todos os heterónimos de Fernando Pessoa pois este era o único que tinha a real capacidade de ser aquilo que Pessoa não conseguia ser: alguém que não procura qualquer sentido para a vida, pois aquilo que vê é o que basta. Este sente sem pensar, afastando qualquer pensamento furtuito da sua condição de ser racional para longe. Para Caeiro o “único sentido oculto das coisas/É elas não terem sentido oculto nenhum” uma vez que “as coisas não têm significado, têm existência”. Para este heterónimo o passado e o futuro não tem qualquer importância – o presente é o momento em que Caeiro vive e é o que basta. Assim, o ‘Mestre’ surge como um poeta sensacionista, vivendo exclusivamente de sensações que não são racionalizadas, ou seja, às quais não procura atribuir nenhum significado. Alberto Caeiro “Pensa vendo e ouvindo” uma vez que a vida deve ser reduzida ao “puro sentir” e ao “saber ver sem estar e pensar”, caindo no realismo sensorial. É essa atitude de recusa de todas as coisas que são exteriores ao mundo sensorial que levam a que Caeiro recuse a existência da metafísica e, até que possa ver, recuse a existência de um Deus. Daí surge o panteísmo presente na sua obra, dado que para Alberto Caeiro todas as manifestações divinas estão presentes na Natureza, naquilo que pode percepcionar através dos seus sentidos.
Uma vez que todo o seu