Alberto caeiro
Caeiro designado por Pessoa como o mestre dos heterónimos e do poeta ortónimo, surgiu como um homem de visão ingénua, instintiva, entregue as finitas variedades das sensações, principalmente as visuais.
Para Pessoa, Caeiro era tudo aquilo que este não conseguia ser, Caeiro aprendeu a viver sem dor, a envelhecer sem angústia, ou a morre sem desespero e é um ser uno (não fragmentado), o oposto de Pessoa.
Caeiro não procurava um sentido para a vida, deliciava-se apenas, com aquilo que vê e com aquilo que sente no momento, devido ao dar prioridade à visão e as sensações, é conhecido como um poeta sensacionista, poeta das sensações. Vive, assim das sensações e sente sem pensar, não procura encontrar um sentido para a vida.
Caeiro recusa o pensamento metafísico e misticismo, não vê o acto de pensar como algo útil, mas sim, afirma que ao pensar estamos a entrar num mundo complexo e problemático, onde tudo é incerto e obscuro.
Caeiro é fácil de identificar, por um certo objectivismo visualista, o que faz lembrar o Cesário Verde (poeta admirado por Alberto Caeiro), devido ao interesse pela natureza. Caeiro é caracterizado pelo ritmo lento que usa na sua poesia, pelo uso de versos simples, pela linguagem simples e familiar (como o poeta Cesário Verde), pela repetição de segmentos frásicos, pelo uso de comparações simples e originais, e pela liberdade estrófica e do verso e a ausência da rima.
Análise do Poema Decimo de Alberto Caeiro
"Olá, guardador de rebanhos,
Aí à beira da estrada,
Que te diz o vento que passa?"
"Que é vento, e que passa,
E que já passou antes,
E que passará depois.
E a ti o que te diz?"
"Muita cousa mais do que isso.
Fala-me de muitas outras cousas.
De memórias e de saudades
E de cousas que nunca foram."
"Nunca ouviste passar o vento.
O vento só fala do vento.
O que lhe ouviste foi mentira,
E a mentira está em ti."
Estrutura formal do Poema:
- O poema está