Alasca e coari - o contraste

TRABALHO DE PESQUISA MAÇÔNICA nº 64

*ALASCA E COARI (o contraste

O título, a principio deverá causar estranheza. Afinal, o que pode haver em comum entre um município amazonense e um Estado da Federação Americana? Aparentemente nada, porque têm a separá-los diferenças abismais, que saltam os olhos. O Alasca, uma área imensa, situada além do Circulo Polar Ártico, semi-deserto, gelado, de solo impraticável para a agricultura, originalmente povoado por caçadores de peles e garimpeiros. Ex- colônia russa, parecia de tão pouca valia econômica que foi vendido ao Estados Unidos, pelo governo imperial russo, no século XIX, por uma quantia irrisória. Coari, por sua vez, um território muito menor, quase na linha do Equador, quente e úmido, coberto pela floresta tropical povoado por indígenas e imigrantes nordestinos, que até pouco tempo viviam do extrativismo vegetal e de uma agricultura rudimentar. Dois mundos, portanto, completamente diferentes. A aproximá-los, e a justificar um estudo comparativo, apenas a riqueza do subsolo de ambos pródigo em reservas de petróleo e gás natural. Infelizmente, porém, chocante é a diferença de tratamento que um e outro dão a esses recursos, mediante a destinação da receita gerada pela sua exploração. Senão vejamos. No Alasca, o governo estadual teve a lucidez de criar, desde 1980, um Fundo Permanente, constituído por 50 % (cinqüenta por cento) da receita de “ROYALTES” do petróleo e do gás. Os recursos desse Fundo são crescentes, alimentados pela fonte contínua dos “ROYALTES”. Mas, obviamente, não ficam parados, aplicados que são em títulos do governo e em ações de empresas. Esses papéis, por sua vez, geram um fluxo de renda contínuo, distribuído igualmente com todos os habitantes do Alasca, de qualquer idade, desde que lá residam há mais de um ano. Os resultados são notáveis. O estoque do Fundo, que começou com US$ 1 bilhão, já alcança a US$ 2 mil por ano, ou seja, de três a seis mil reais per capita. Significa dizer