Alain bodiou
1225 palavras
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DUNKER, C. I. L. - Para uma Nova Teoria do Sujeito, de Alain Badiou (resenha). Opção Lacaniana. Ago/95, p.111 - 112, 1995. Resenha do Livro: Para uma Nova Teoria do Sujeito de Alain Badiou Editora Relume Dumará, 1994 O livro, que reúne as conferências de Alain Badiou no Brasil, é uma agradável surpresa no campo das articulações entre Filosofia e Psicanálise. Não se trata de uma aproximação metodológica ou mesmo histórica mas da montagem de uma espécie de programa filosófico na sua contemporaneidade, programa que passa por dois conceitos centrais: o sujeito e a verdade. Procurando isolar o estatuto desse sujeito frente ao que denomina de desejo filosófico, Badiou o considera a partir das quatro condições que se impõem à filosofia de nossa época, a saber, ciência, política, arte e amor. Seu problema é de certa forma reunir o clássico ideal de universalidade da filosofia com a regionalização a que ela vem se submetendo. Assume portanto a heterogeneidade do conceito de verdade e ao fazê-lo se lança à interlocução com as principais arestas deste campo, o marxismo, a psicanálise, a fenomenologia e a filosofia analítica. O caráter antifilosófico dos dois primeiros projetos não parece ser um obstáculo uma vez que as pretensões de Badiou se endereçam a uma espécie de macroteoria do sujeito e da verdade, recusar essas duas componentes do pensamento contemporâneo seria, no seu entender, excluir a revolta, o engajemento, o risco e a aposta, constituintes essenciais do sujeito em questão, seria limitar a verdade à sua função judicativa. Para manter este pol'igono funcionando Badiou recorre a interessante tese de que a verdade deve ser pensada como um evento do pensar, evento irredutível ao saber que dele se possa extrair. A verdade inaugura um processo que torna a partir de então possível um sujeito. A idéia se aplica, por exemplo, à singularidade da verdade no caso da arte. Cada obra é um ponto-sujeito da verdade em jogo. Como diz:
"... a obra de Sófocles é um