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No cotidiano das escolas, contudo, essa política educacional apresentou outras facetas. Nela os diretores procurando atender à orientação de não excluir nenhum aluno do convívio com crianças normais passaram a receber, de forma indiscriminada, crianças com deficiências. Assim, ampliou-se o quadro dessa nova clientela de alunos, sem que se tivesse chegado a um consenso sobre as implicações pedagógicas decorrentes e às medidas a serem adotadas.
Os pais, talvez incentivados pelo movimento da inclusão, passaram a procurar as escolas na expectativa de aí encontrar as condições apropriadas para o desenvolvimento de seus filhos. A escola passou, nesse sentido, a desempenhar um papel ambíguo frente à diversidade: de um lado, abriu as portas aos alunos excepcionais; de outro não se preparou e não passou a oferecer as condições necessárias para a educação dos alunos com necessidades educacionais especiais.
Assim, permaneceu desempenhando programações estabelecidas, de cunho intelectualista cujas ações tornaram-se excludentes, devido entre outras coisas, à falta de formação de professores: o professor regular não aprendeu a lidar com o aluno diferente e o professor especializado não aprendeu a lidar com professor do ensino regular”².
O temor da exclusão social acabou acarretando a um problema ainda maior. Os profissionais precisam não só da capacidade de lidar com as diferenças, mas da empatia de interagir com o outro.
Deve haver um trabalho prévio e compromissado com o bem-estar de todas as crianças. Deve ser realizado um trabalho eficaz de auto-estima e valorização do outro. Não havendo este resgate cairemos em uma “competição injusta” – principal razão para o surgimento de rótulos aos que não se enquadram nos padrões tradicionais de ensino. Nesses casos, em função da diferença, o aluno com dificuldade poderá mobilizar no outro uma “competição injusta”, pois não será