Agrotóxicos
CONSTRUÇÃO DA LEGISLAÇÃO
Geraldo Lucchesi
AGROTÓXICOS
1. Os agrotóxicos começaram a ser usados em escala mundial após a segunda grande Guerra Mundial. Muitos deles serviram de arma química nas guerras da Coréia e do Vietnã, como o conhecido “agente laranja”, desfolhante que dizimou milhares de soldados e civis, além de ter contaminado rios e mares e seres vivos presentes nos ambientes em que foi jogado. 2. Nos anos 50, os agrotóxicos, juntamente com os fertilizantes e as máquinas agrícolas, foram os promotores da chamada “Revolução Verde” . Era a chegada impactante da tecnologia à produção agrícola que prometia acabar com a fome no mundo.
Embora tenha sido muito eficiente em aumentar a produção agrícola, o mundo viria a perceber que as populações famintas haviam aumentado desde os anos 50 até os dias atuais. Isso sem contar a poluição química e os envenenamentos dos agricultores, consumidores e dos alimentos.
A razão, sabemos, é simples: a fome não era, e não é, um problema resultante da inadequada forma de produção dos alimentos. Antes, ela é resultado de fatores econômicos, políticos e sociais que afetam a distribuição e o uso dos alimentos.
3. Nos anos 50 e 60, os países que tinham a agricultura como principal base de sustentação econômica, foram fortemente pressionados por organismos financiadores internacionais para adquirirem essas substâncias. Sob o nome neutro de “defensivos agrícolas” os agrotóxicos eram festejados como instrumentos essenciais para combater a fome. Eles eram incluídos compulsoriamente, junto com os adubos e fertilizantes, nos financiamentos agrícolas.
4. Já em 1962, foi dado o primeiro alerta: Rachel Carson, publicou, nos
EUA, o livro Primavera Silenciosa (Silent Spring), que foi a primeira obra a detalhar os efeitos adversos da utilização dos pesticidas e inseticidas químicos sintéticos, iniciando o debate acerca das implicações da atividade humana sobre o ambiente e o custo ambiental dessa