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Desde fevereiro, quando a Argentina criou uma declaração juramentada a ser apresentada pelos importadores, as exportações brasileiras de carne suína despencaram de uma média mensal de 3,5 mil toneladas para cerca de 500 toneladas. Anunciado há um mês, o acordo que permitirá a retomada das exportações brasileiras de carne suína para a Argentina ainda terá novos capítulos na próxima semana, contrariando a promessa feita na última terça-feira pelo ministro da Agricultura argentino, Norberto Yauhar, de que o acerto para os embarques de uma cota mensal da ordem de 3 mil toneladas entraria em vigor ontem. Em reunião realizada ontem (19) em Buenos Aires, o ministro Yauhar afirmou ao embaixador do Brasil na Argentina, Enio Cordeiro, que se reunirá nesta sexta-feira (20) com os importadores de suínos de seu país para esclarecer os detalhes do acordo e finalmente liberar as compras de carne suína do Brasil. O Valor apurou, contudo, que até a noite de ontem (19) os importadores não foram convidados para a reunião, o que deve atrasar ainda mais a efetivação do acordo. Ainda que o encontro marcado para hoje (20) com os importadores ocorra, o governo brasileiro já considerava difícil que a efetiva retomada das exportações acontecesse, visto que o possível encontro com os importadores não contará com a presença do secretário de Comércio Interior da Argentina, Guillermo Moreno, titular da Pasta responsável pela restrição e, portanto, o único habilitado a fazer valer o acordo, conforme afirmou ao Valor uma fonte bem informada sobre as negociações. A resistência de Moreno é o principal entrave ao acordo, anunciado em março pelo ministro da Agricultura brasileiro, Mendes Ribeiro, e por seu colega argentino Yauhar. Conforme já informou o Valor, o secretário argentino deseja permitir apenas as compras de carne suína para a produção de embutidos de baixo custo - o que, na