Agropecuária no Brasil
Uso da Terra (Disputa Social)
Disciplina: Geografia
Introdução
A propriedade da terra não é um direito natural neste país. Ao contrário de um imaginário que se reproduz, o processo histórico mostra que o direito à posse da terra é tão jovem quanto a formação da República brasileira. Esta terra, fonte de matérias primas preciosas, que estruturou inúmeros ciclos agrários (cana-de-açúcar, café, cacau, borracha) até 1850 estava sob o domínio da Coroa Portuguesa. Ao longo dos séculos as pessoas cultivavam usando métodos que pouco prejudicavam a vida selvagem e o ambiente. Suas áreas de cultivo baseavam-se na natureza e práticas tradicionais para manter as culturas e os animais fortes e saudáveis. O debate sobre uso da terra ganhou importância porque a agropecuária; englobando as áreas ocupadas com lavouras anuais, permanentes e pastagens; e a produção florestal são os setores produtivos que demandam os maiores volumes de terra no País. Na realidade, a agropecuária e as florestas plantadas ocupam, juntas, uma parcela do território brasileiro menor que a ocupada por formas não-produtivas de uso, como reservas indígenas e unidades de conservação.
História
De 1500 a 1822, todas as terras brasileiras pertenciam à Coroa portuguesa. Sua efetiva ocupação, porém, começou a ocorrer a partir de doações, ou cessões do direito de uso, feitas em nome de pessoas da confiança ou conveniência do rei. Inicialmente, foram estabelecidas as capitanias hereditárias, e, posteriormente, funcionou o sistema de doação de sesmarias. Nessas propriedades era praticada a agricultura do tipo plantation, ou seja, monocultura destinada à exportação e baseada na mão-de-obra escrava.
Entre 1822, ano da independência política, e 1850, vigorou no Brasil o sistema de posse livre de terras (terras devolutas), já que o Império não criou leis que regulamentassem o acesso à propriedade e não havia cartórios ou