agronomia
Marco Antonio Montoya1
Ricardo Silveira Martins2
Pedro Valentim Marques3
SINOPSE
É de conhecimento geral que a agricultura é pressionada a montante e a jusante por estruturas de mercado concentradas que implicam condutas de mercado diferenciadas. Este estudo selecionou setores a montante da agricultura e de algumas agroindústrias do agribusiness brasileiro, calculando-se medidas de concentração e de desigualdade da amostra. Verificou-se aumento da concentração e de desigualdade nos setores a montante da agricultura, ao passo que, na agroindústria, não ficou evidenciado um comportamento-padrão da concentração. Constatou-se a presença de oligopólio diferenciado e concentrado na indústria local em que a agricultura adquire seus insumos e de oligopólio competitivo no segmento industrial para o qual é vendida a produção agrícola.
Palavras-chave: agroindústria, índices de concentração, estrutura de mercados.
1 INTRODUÇÃO
A distribuição dos meios de produção tem sofrido mudanças significativas na economia capitalista. Ao longo do tempo, constata-se que a riqueza social se avoluma progressivamente com a acumulação de capital e que, ao mesmo tempo, o capitalismo competitivo cede lugar a estruturas de mercado mais concentradas.
Além da tendência natural à concentração nos mercados industriais, a forma como se deu o processo de industrialização brasileiro manifestou-se como uma força adicional a esse evento. A decisão política de uma industrialização acelerada forjou uma estrutura industrial com maior propensão à concentração, dada especialmente pela elevada participação do Estado, pela busca de economias de escala e pela generalizada utilização de reservas de mercado, peças que compunham um modelo que procurava substituir importações.
Dentro dos arcabouços da ciência econômica, porém, segundo Barros (1993), essa situação de concentração deve, com maior ou menor ímpeto, provocar perdas de