Agronegócio do café no mercado interno
Economista, doutora em Economia pela USP, professora da FEA/USP e pesquisadora do PENSA.
E-mail: ssaes@usp.br
Douglas Nakazone
Economista, mestrando e pesquisador da FIPE e do PENSA.
E-mail: dnakazone@terra.com.br
O AGRONEGÓCIO CAFÉ DO BRASIL
NO MERCADO INTERNACIONAL
MAIOR EXPORTADOR DE CAFÉ DO MUNDO, O BRASIL PRECISA QUALIFICAR
SUA PRODUÇÃO PARA CONQUISTAR MERCADO DE CAFÉS ESPECIAIS
Desde meados da década de 1990, a produção mundial de café tem apresentado aumentos significativos não acompanhados pela respectiva elevação do consumo. Houve expressivo crescimento do parque cafeeiro na maioria dos países produtores, com destaque para Vietnã e Brasil. As cotações, por sua vez, iniciaram uma prolongada queda, que culminou em 2001 quando o preço do café arábico desvalorizou-se e ficou abaixo dos 50 cents a libra e o do robusta, a menos de 400 dólares a tonelada. Desde então, houve uma redução do parque cafeeiro e os preços se recuperaram um pouco, mas ainda estão em patamares inferiores aos de seis anos atrás. Na safra 2002/03, por exemplo, a produção alcançou o recorde de 125 milhões de sacas, ao passo que a demanda foi de 109 milhões de sacas. A safra 2004/05 deve ficar em torno de 112 milhões de sacas, segundo a Organização Internacional do Café OIC (USDA, 2004).
O Brasil é o maior produtor e exportador de café, com participação média de 24% nas exportações mundiais. Em 2002, as exportações brasileiras bateram o recorde de 27,9 milhões de sacas, o que representou market-share de 32%, o maior dos últimos 12 anos.
Mesmo com o crescimento significativo da quantidade exportada, o café deixou de ser o principal produto da pauta brasileira de exportação agrícola, ficando atrás do complexo soja, açúcar e carne de frango.
Em 2003, as exportações recuaram para 25,5 milhões de sacas.
4 0 revista FAE BUSINESS
número 9
setembro 2004
Apesar do crescimento da participação do Brasil no mercado de
café,