Agroecologia
Os processos de transição agroecológica constituem-se em desafios para a sustentabilidade das regiões rurais. Tais processos ao invés de enfatizar somente os aspectos produtivos devem abranger diferentes dimensões (histórica, social, econômica, ecológica, educativa, cultural, política e ética), buscando dar conta da complexidade que envolve os agroecossistemas. Os assentamentos rurais, pela diversidade de situações vivenciadas, tornam-se lócus importante para compreensão dos processos de transição, numa tentativa de construção de outro conhecimento, pautado na troca de saberes entre os diferentes atores sociais (agricultores, ONGs, Universidades, etc.). A zona da mata pernambucana, como resultado das lutas de diferentes movimentos sociais, tem concentrado um número considerado de assentamentos rurais, dentre eles o Assentamento Chico Mendes III. Neste contexto, a partir do uso de métodos de pesquisa participante objetivamos sistematizar e analisar o processo de transição Agroecológica em Chico Mendes III, compreendendo que o mesmo se insere numa região na qual predomina o agronegócio açucareiro, que requer maiores esforços para desconstrução de um modelo produtivo e de relações sociais, que marcam o campo e as trajetórias de vida dos trabalhadores “assentados”. A Campanha Gaúcha, na década de 1990, transformou-se numa região receptora de projetos de assentamentos rurais no Rio Grande do Sul. Durante o processo de re-territorialização camponesa, novos desafios entraram em cena, principalmente, aqueles associados às estratégias de reprodução da unidade familiar num ambiente estranho. O cultivo agroecológico de sementes e frutas foi uma das alternativas encontradas pelos assentados para sua reprodução e geração de renda. Embora, sejam experiências pontuais, representam uma alternativa ao modelo vigente de agricultura.
Transição Agroecológica: rumo à