agricultura familiar
Entende-se por agricultura familiar o cultivo da terra realizado por pequenos proprietários rurais ou não, tendo como mão-de-obra essencialmente o núcleo familiar, em contraste com a agricultura patronal - que utiliza trabalhadores contratados, fixos ou temporários, em propriedades médias ou grandes, fazendeiros e ou produtores agropecuários.
1. Introdução
O tema agricultura familiar e segurança alimentar no Município e Território emergiu tardiamente, sendo incorporado as agendas e debates públicos somente na década de 1980, mais especificamente no ano de 1986 em um documento que o Ministério da Agricultura da época elaborara. Nos anos iniciais este debate ressaltava somente a dimensão da produção agrícola como importante para a segurança alimentar do país. Ou seja, o diagnóstico era o de que a insegurança alimentar existia devido principalmente à inexistência de produção agrícola suficiente para dar cabo aos problemas alimentares. Neste contexto, a maior preocupação era a de aumentar a produção agropecuária como forma de superação da fome e da insegurança alimentar. Tanto esse diagnóstico era verídico, que uma das principais justificativas para a implantação do padrão de desenvolvimento produtivista no país se embasou profundamente neste tipo de concepção, que também era predominante em organismos internacionais como a Food Agricultural Organization (FAO).
Anos depois por volta da década de 90, os debates em torno da segurança alimentar sofrem algumas mudanças substantivas. Deixa-se de lado a concepção de que o principal problema da insegurança alimentar esteja ligado somente à falta de capacidade produtiva e inicia-se uma abordagem da segurança alimentar que leva em conta outros contextos e problemas, como a questão do acesso aos alimentos, a renda e o poder aquisitivo como determinantes do acesso alimentar, a qualidade nutricional, as contaminações de alimentos