O Estado de Pernambuco, mesmo tendo sua produção cinematográfica dividida em ciclos relativamente afastados temporalmente, sempre figurou entre os principais pólos cinematográficos do Brasil. A história do cinema pernambucano surge no início do século XX, nas décadas de 20 e 30, com o “Ciclo do Recife”, passando pelo surto do “Super 8”, na década de 80, ( FIGUEIRÔA, 2000,1994); (DUARTE, 1995), e mais recentemente com o “Árido movie”, em filmes como “Baile Perfumado” (1996), que foram concebidos dentro do contexto cultural do movimento manguebeat, agregando ainda mais “status” de produto cultural aos filmes pernambucanos (JUNIOR, 2008). Em meio a esta cena cinematográfica tão relevante, surge em Julho de 2008 o programa “Agora Curta”, transmitido pela Rede Globo Nordeste até o período de Junho de 2009. O objetivo deste artigo é, portanto, apontar alguns elementos sobre o processo de constituição e veiculação do programa, destacando a divulgação da cultura local propiciada pela atração. Para tal, pretende-se analisar a penetração dos curtas apresentados ao público que tinha acesso a essa programação, relacionando sua importância com a opinião de crítica especializada. Quando estava no ar, o “Agora Curta” era exibido por volta da meia noite, todos os domingos, e contava com a amostragem de um curta metragem, além de entrevistas com ícones do cenário audiovisual pernambucano e brasileiro. Ao todo foram quarenta e sete programas exibidos com a direção de Lula Queiroga e apresentação de Hermila Guedes. O tema vem à tona como exemplo quando a questão em discussão é o espaço educativo e cultural dentro da televisão brasileira. É sabido por todos que a mídia televisiva é voltada majoritariamente para o entretenimento. O espaço para programas humorísticos e de variedades é demasiadamente maior do que para exibições de conteúdos culturais e/ou educativos, tipologia em que o “Agora Curta” se encaixa claramente. Atualmente, existe apenas um canal de TV aberta VHF,