Agentes do Destino - Filosofia
No caso pessoal de David, a sua determinação passa a ser, acima da própria carreira, a conquista de Elise. E isso motiva uma reação imediata dos “agentes”. Assim como no conto original de Dick, os agentes explicam quem são, o que fazem e o sentido do trabalho que executam. Ameaçam e pressionam David para fazê-lo desistir da mulher. Em vão. No entanto, Nolfi não explica o mais importante: qual a motivação para a mudança das determinações de David? Elas ocorreram em função de que? Sem explicação, apela-se para as conjecturas. Pode ter sido em função dele ter evoluído para um homem ético e honrado e que, assim, poderia ser mais útil à humanidade como um político? Mas, aí se pergunta: por que tirar a mulher de sua companhia?
Mesmo ao mudar os “anjos da guarda” pelos “agentes do destino” e revelar a existência de um “presidente”, o roteiro de Nolfi não retira o aspecto “espiritual” da trama, mas o que predomina é uma “estranheza” quanto a isso, principalmente porque esses agentes não se comportam com “espiritualidade”, mas como, no primeiro ato, espiões descobertos que ameaçam as testemunhas e, no segundo gangsters dos anos 30 com seus casacões e chapéus em busca de “reajustar” e “deletar” os seus alvos. O “embróglio” do enredo reside nessa questão: o fato de David não seguir a nova