Africa do Sul
Quando os europeus começaram a ocupação do atual território da África do Sul, em especial a partir do século XVII (1601-1700), a área já era ocupada há milhares de anos por diferentes povos e etnias. Entre eles, destacam-se os sans e os khoikhois. Os primeiros viviam da caça e foram chamados pelos europeus de bosquímanos (exploradores da mata). Os khoikhois (homens de homens, na língua nativa) tinham como atividade principal o pastoreio e foram denominados pelos brancos de hotentotes. Além desses dois povos que habitavam o sul da África do Sul, havia mais ao norte duas grandes etnias: os zulus e os xhosas.
É importante lembrar que, se o século XVI (1501-1600) pode ser considerado o período da grande expansão ibérica pelo mundo, o século XVII foi, sem dúvida, holandês. Em 1652, três navios da Companhia das Índias Orientais aportaram na baía de Table, próximo de onde é hoje a Cidade do Cabo. Sua missão era construir um povoado com boa segurança. Com o tempo, esse núcleo cresceu e a Companhia permitiu que alguns de seus funcionários se estabelecessem de forma autônoma como fazendeiros (chamados de bôeres). Os bôeres, holandeses de religião calvinista, teriam, a partir de então, uma importância impar na história da atual África do Sul, tanto econômica quanto politicamente, até mesmo no estabelecimento do sistema de apartheid
É preciso admitir que, durante um curto período, bôeres calvinistas e povos africanos na chamada Colônia do Cabo mantiveram relações até certo ponto amistosas. Porém, com o tempo e a revelação dos reais interesses dos holandeses (dominação e exploração), a política da boa vizinhança foi substituída pelos roubos, ataques, escaramuças de ambos os lados.
Para os holandeses, grandes traficantes de escravos para os impérios europeus, a instituição da escravidão não tardou: já no século XVIII o número de escravos, na região da atual África do Sul, era muito maior do que o número de europeus.
Mas no século XIX, a boa