Afinal, o que é Capitalismo?
THIAGO LION (Revista Crítica do direito)
Decidi escrever este texto tendo em mente que há muita confusão em torno do tema, tanto por parte das pessoas que consideram o capitalismo algo “bom” como as que o consideram algo “ruim”. Também por sua relevância, é de onde deveria partir toda discussão social, política e econômica, como a própria discussão sobre o direito, o que não vejo acontecer. Além disso, artigos breves que tratem deste assunto são raros e comumente não partem das categorias necessárias para o entendimento da dinâmica geral do capitalismo, que é o que aqui pretendo. Neste curto espaço não iremos debater todos os aspectos do capitalismo, mas nos focar em seu funcionamento mais geral e objetivo, que também é o mais comumente esquecido.
O capitalismo pode ser compreendido por meio da sua fórmula geral alcançada pela primeira vez por Marx. Apesar de sua clareza ela foi historicamente muito pouco compreendida e utilizada, infelizmente mesmo por marxistas, e serve para sintetizar o entendimento geral do processo capitalista de produção, de onde partem as principais determinações constituintes da realidade neste momento histórico. A compreensão plena desta fórmula depende do entendimento dos desenvolvimentos anteriores pelos quais Marx chegou a ela, que neste artigo não caberiam, mas sua compreensão, ainda que parcial, joga luz no processo ao qual a totalidade de nossa vida encontra-se submetida. A fórmula geral do capital é D-M-D’: dinheiro que é utilizado para produzir (ou comprar) mercadorias que são vendidas para obter o dinheiro inicial mais lucro. O capital é a utilização do dinheiro como meio para se obter mais dinheiro e antecede o capitalismo em sua utilização no comércio e nos empréstimos. Capitalismo é quando o capital é utilizado na produção, o que ocorre quando surge o trabalho assalariado, pois a própria força de trabalho passa a ser comprada com o dinheiro, diferentemente do trabalho escravo ou servil.
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