Afetividade no contexto da educação infantil
BORBA1, Valdinéa R. S. – CUML – valrsborba@yahoo.com.br
SPAZZIANI2, Maria de Lourdes – UNESP – spazziani@ibb.unesp.br
GT: Educação de Crianças de 0 a 6 anos / n.07
Agência Financiadora: SEE-SP
Introdução
[...] como professor [...] preciso estar aberto ao gosto de querer bem aos educandos e à própria prática educativa de que participo. Esta abertura ao querer bem não significa, na verdade, que, porque professor, me obrigo a querer bem a todos os alunos de maneira igual. Significa, de fato, que a afetividade não me assusta que tenho de autenticamente selar o meu compromisso com os educandos, numa prática específica do ser humano. Na verdade, preciso descartar como falsa a separação radical entre “seriedade docente” e “afetividade”.
Não é certo, sobretudo do ponto de vista democrático, que serei tão melhor professor quanto mais severo, mais frio, mais distante e “cinzento” me ponha nas minhas relações com os alunos, no trato dos objetos cognoscíveis que devo ensinar.
(FREIRE, 1996, p.159)
A temática aqui apresentada e as reflexões dela decorrentes resultam de um recorte da pesquisa: A afetividade no discurso das professoras de Educação Infantil.
Assim, o objetivo é identificar e analisar as concepções sobre a afetividade no contexto escolar, de docentes de uma rede escolar municipal no interior de São Paulo.
Assumimos neste estudo que a interação social é fator fundante dos processos psicológicos superiores e que estes se constituem da indissociabilidade entre afeto e cognição. As proposições da corrente psicológica representada por Vygotsky e Wallon sobre esses dois processos centram estudos na infância, em especial, quando discorrem sobre as etapas de evolução da criança, suas relações com o meio sócio-cultural e o papel da linguagem neste desenvolvimento. Portanto, as análises dos dados obtidos são referendadas nessa perspectiva teórica que contribuem para a compreensão dessa
temática