Adulterio
O tema do adultério está presente em toda a obra e é atribuído às personagens femininas, servindo para caracterizar a condição feminina da época.
A primeira mulher adúltera que surge na narrativa é Maria Monforte, a negreira, mulher de Pedro da Maia. A sua descrição física condiz com a forma como ela se movia na sociedade de então. Bela e provocante, usou todo o seu charme para cativar todos os homens da Lisboa da época e para “apanhar” Pedro na teia da paixão. É esta mulher fútil que vai trair o marido com o italiano Tancredo e provocar uma dor tão grande a Pedro, que o leva ao suicídio. O adultério de Maria Monforte é o motivo maior da trágica morte de Pedro da Maia.
Mas a negreira não é a única adúltera de "Os Maias". A Condessa de Gouvarinho transforma-se na amante de Carlos da Maia. Apesar de ser casada com o Conde de Gouvarinho, ela não se importa com isso e atraiçoa-o mesmo “nas suas barbas”. Visita Carlos no consultório com o pretexto da doença do filho, convida-o para sua casa e mesmo na presença do marido não disfarça a verdadeira intenção do seu convite.
Quanto a Raquel Cohen, casada como o banqueiro Cohen, torna-se na amante de João da Ega. Quando o marido descobre o romance, ela decide ficar com ele, pois a sua condição social e financeira era melhor que a de Ega, o que o deixa muito triste.
A própria Maria Eduarda da Maia, ao viver com o brasileiro Castro Gomes por puro interesse económico e ao envolver-se com Carlos da Maia, mesmo antes de terminar a sua relação com o brasileiro, também ela se transforma numa mulher adúltera.
Para Eça de Queirós, as mulheres desta época, as da classe alta, eram levianas e fúteis, pois não tinham nenhuma ocupação útil, tinham muito dinheiro e só ocupavam o seu tempo