Adriana

A nossa sociedade esta em constante mudanças e a moda tende a ser uma manifestação artística dessa mudança. Nesse contexto a roupa torna-se uma manifestação do consumidor, do individuo, uma ferramenta para definir a nós mesmos como e também um meio para nos identificarmos com um determinado grupo, distinto dos demais. Do ponto de vista antropológico, o que realmente interessa é a posição que essa relação de distinção ocupa dentro de uma estrutura social. A posição que a roupa assume dentre de um determinado grupo e suas intermediações simbólicas. E isso tudo só é possível, pois a roupa, a moda, tem um significado para cada um, um significado ligado a um desejo escondido, muitas vezes fazer aparecer aquilo que as pessoas não enxergam e que gostaríamos que enxergassem, a uma forma de manifestação.
Em alguns pontos de vendas observamos símbolos e valores agregados a roupa sendo materializados. Nós grandes shoppings centers as vitrines são carregadas de valores e símbolos de um estilo para determinados grupos e diferentes consumidores. Independente da marca propriamente dita, o objetivo é que se comercialize a imagem de um estilo, ou seja, um conjunto de atribuições, focando priorizar o consumidor individual e tudo que para ele, para o mundo dele se idealiza, tudo aquilo com que ele se identifica, se tornando assim único. Mais do que a roupa sendo comercializada, mas mostrando a esse consumidor que é possível se referir a sua posição social, ou aquela que ele acredita estar.
Essa legitimação que atende interesses específicos possibilita que o individuo ostente símbolos que os rodeiam, também constrói um universo de privilégios através de uma simples peça de roupa, criando assim constantemente instrumentos que sinalizam o individuo quanto à posição que ele ocupa no mundo, focando o nível de privilégios dele. Portanto, acredita o consumidor que está imediatamente consumindo cultura, que ele anda no topo de um pedestal e que o mundo está pronto para abrir passagem