Adoecimento laboral

1964 palavras 8 páginas
De que adoecem e morrem os motoristas de ônibus Ano VI, nº 40, fevereiro de 2008
H RC Souza

Quem anda de ônibus sabe bem. Reclama-se muito do humor — ou melhor, do mau-humor — dos motoristas do transporte coletivo. No dia-a-dia, no vaivém das grandes cidades, são comuns os comentários sobre uma suposta má vontade, que seria típica desses profissionais. Poucos quesionam as razões desta situação.
Fala-se ainda que os motoristas do transporte público muitas vezes se recusam a parar nos pontos de ônibus quando os idosos fazem o sinal, porque os idosos têm direito à gratuidade. Dizem que correm demais, que freiam bruscamente, que são apressados no embarque e desembarque dos passageiros.
Sob estresse e a infâmia eles estão ali, conduzindo o carro que sacoleja, faz barulho, está lotado e parado no trânsito caótico. No entanto, a solidariedade entre os trabalhadores pressupõe apoio a essa categoria profissional que, como outras, organiza-se, corre atrás dos direitos e de outras conquistas tão necessárias, tão urgentes não apenas para os profissionais, mas para todo o povo trabalhador.
Além do estresse diário compartilhado por todos — motoristas, cobradores e passageiros — os profissionais do volante são submetidos a condições e rotinas de trabalho que, num grau tão elevado como em determinadas profissões urbanas, causam doenças graves e até a morte.
De que adoecem e morrem os motoristas de ônibus? Esse é o título de um estudo publicado na Revista Brasileira de Medicina do Trabalho, realizado pelo Dr. Éber Assis dos Santos Júnior, médico especialista em Clínica Médica e em Medicina do Trabalho, também diretor técnico da Unidade de Pronto Atendimento Médico da Prefeitura de Belo Horizonte.
O Dr. Éber demonstra que o exercício da profissão, nas atuais condições de trabalho desses motoristas de ônibus, é altamente prejudicial à saúde, causando inúmeras formas de sofrimento físico e mental, adoecimentos frequentes e morte prematura, explorados que são em todos

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