Admirável mundo novo
Um governo totalitário é aquele que usa medidas violentas para conter problemas violentos, em todos os sentidos. Geralmente, agem no efeito e não na causa, pois querem resultados imediatos. Nessa forma de gestão, o poder fica sob o controle apenas de uma pessoa ou governo, a massa não tem qualquer participação, ela é apenas um espectador do mundo, não se sente como um agente concreto, que pode agir sobre as coisas, imprimindo-lhes sentido e possibilitando resultados. Esse fator gera além do desconforto social e político dos indivíduos por não se verem representados pelo poder executivo; a desigualdade social – até predestinada, como no livro; - os principais problemas sociais que são muitos e, para reprimir as revoltas causadas por estes, toda violência seria contida por violência e assim, todos os governos seriam totalitários, conforme afirma o autor.
Como o avanço tecnológico será inevitável e os progressos científicos aplicados aos seres humanos no campo da biologia, fisiologia e psicologia serão irremissíveis, a vida mudará radicalmente segundo Huxley, pois se tratará de uma “revolução última, pessoal, verdadeiramente revolucionária” (HUXLEY, 2009, p. 17) que engendrará a “estabilidade social”. Isso faz com que o governo totalitário tenha um maior controle sob os desfavorecidos, evitando-se assim uma confusão econômica e social. Esse fator levará ainda, de acordo com o autor, a uma economia de produção em massa e produzirá uma população predominantemente desprovida de posses. E “para enfrentar a confusão, o poder tem sido centralizado e o controle governamental, ampliado” (HUXLEY, 2009, p. 19).
O autor ressalta ainda que as antigas práticas de controle do governo totalitário, tais como: a utilização de cassetetes, pelotões de fuzilamentos, fome, prisões e deportações em massa, sem que ninguém se atenha ativamente a isso, não são mais eficientes num mundo embebido pela era